Por Equipo de Redacción
Publicado em 4 de agosto de 2021
Executivos disseram que empresa pode entrar no mercado asiático em breve.
São Paulo — Em breve, o segmento de Enviroment, ou de valorização de resíduos, da Ambipar deve expandir para novos mercados. Segundo a presidente da companhia, Cristina Andriotti, e o diretor financeiro, Thiago Costa, após a compra da Disal, empresa chilena do segmento com atuação no Paraguai e Peru, 70% do faturamento deve vir do exterior no próximo ano, contra os 35% registrados ao longo de 2020.
POR QUE ISSO É IMPORTANTE? A Ambipar é uma companhia de gestão ambiental que atua em dois segmentos: Environment, de valorização, reciclagem e reuso de resíduos de grandes indústrias, e Response, de resposta e controle de emergências.
No primeiro trimestre deste ano, o setor de valorização apresentou receita líquida de R$ 118,1 milhões, salto de 69% em relação ao mesmo período do ano passado e o equivalente a 45% do total do faturamento da companhia.
O serviço oferece soluções para resíduos das indústrias de cosméticos, bebidas, farmacêutica, petroquímicas, de cimento e, principalmente, de papel e celulose, transformando o que sobra dessas produções em outros materiais a serem comercializados tanto pela empresa de origem como pela própria Ambipar.
“Nosso foco não é fazer o produto, mas trazer soluções. E isso com uma balança que precisa ser sustentável financeira e ambientalmente. Todas as indústrias têm a ‘última linha’ do balanço, em que querem saber quanto vão ganhar com aquilo”, explica Andriotti.
Um dos exemplos é a linha Ecosolo, com produtos feitos a partir do lodo que sobra da indústria papeleira e que tem a autorização do Ministério da Agricultura para ser aplicado em diversas culturas, seja na base florestal ou na agricultura geral.
E isso, até maio deste ano, era exclusivo para o Brasil, com o Response sendo a única atuação da companhia no exterior. Agora, com a Disal, a Ambipar abre as portas para replicar o modelo no exterior.
CONTEXTO: Somente nas últimas duas semanas de junho, foram feitos cinco negócios estratégicos totalmente focados em Environment, sendo quatro no Brasil (Boomera, Centro Oeste Resíduos, Metal Ar Engenharia e Ecológica Nordeste) e um na América Latina, com a Disal.
Já no segmento Response, foram quatro aquisições nas duas primeiras semanas de julho. Uma delas foram os 50% remanescentes da Suatrans Chile e o fortalecimento da presença geográfica na Colômbia, a partir da SABITech. Segundo Thiago Costa, diretor financeiro, a ideia é manter as portas abertas para novas oportunidades na região, mas sem focar em algum país específico.
Já na América do Norte, a Ambipar chegou a 11 estados nos EUA, com a compra da EMS Environmental e Swat Consulting. Desde a oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês), em julho de 2020, foram 22 aquisições, ampliando a atuação na América do Norte, América do Sul, África, Europa e Antártida. E agora, além dos países vizinhos do Brasil, os olhos podem voltar para a Ásia.
Segundo os executivos, houve uma consulta de um país asiático após um trabalho de distribuição de cilindros feita no Brasil, abrindo uma possibilidade de entrada na região.
E A OUTRA ÁREA? Já a vertical Response da Ambipar é responsável pela resposta a emergências no setor petroquímico. No Brasil, o principal segmento atendido é o rodoviário, mas a companhia também atua no marítimo, em dutos terrestres e em ferrovias. No Reino Unido, o marítimo e o ferroviário são os maiores, enquanto nos EUA, o rodoviário é o principal.
Em maio deste ano, a Ambipar foi contratada pela ENSCO para liderar o treinamento de resposta a emergências e materiais perigosos no Centro de Tecnologia de Transporte (TTC) da Administração Ferroviária Federal (FRA) de Pueblo, no Colorado. Pertencente ao governo americano, é o maior centro de treinamento de emergência com produtos perigosos do mundo.
O contrato começa em outubro de 2022 e é válido por 20 anos, com retorno previsto de US$ 10 milhões por ano para a Ambipar.
“Vamos enviar colaboradores de todas as plantas do mundo. Onde entendermos que temos especialistas, vamos mandar. Por se tratar de uma base do governo americano, gerida por uma empresa privada, é um contrato que ajuda muito na nossa visibilidade e credibilidade”, diz Andriotti.