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A sociedade e os investidores cada dia mais valorizam as empresas com boas práticas no campo do ESG (Environmental, Social & Governance) e essa é uma tendência que certamente crescerá no Brasil.

Ecologia. Sustentabilidade. ESG. Década após década, o termo pode mudar, mas a agenda do desenvolvimento sustentável ganha cada vez mais força. Afinal, ela está diretamente conectada à busca de soluções para os grandes desafios que o mundo enfrenta hoje, como desigualdade, mudança climática e esgotamento dos recursos naturais. De um lado, países pioneiros na industrialização, responsáveis pela geração de grandes volumes de lixo e emissões de gases de efeito estufa, já correm atrás da transformação sustentável. De outro, nações em desenvolvimento, como o Brasil, se mostram terreno fértil para investir emboas práticas ambientais, sociais e de governança corporativa – tradução da sigla ESG. 

Nesse cenário, o setor privado tem ganhado papel de destaque; não só a sociedade espera que as empresas tomem iniciativas socialmente e ambientalmente responsáveis, como as próprias organizações percebem a necessidade de se alinhar às boas práticas sustentáveis para garantir a perenidade e prosperidade dos negócios. A preferência dos investidores por formar portfólios de investimento com empresas que têm uma estratégia mais sustentável de longo prazo também está influenciando as atividades empresariais nesta direção. Definitivamente, o avanço de investimentos em conformidade com o meio ambiente, social e governança (ESG) não é uma tendência passageira. 

Em 2020, impulsionado em grande parte por mudanças no cenário regulatório e a pandemia de Covid-19, o interesse em investimentos sustentáveis aumentou. Nesse sentido, transparência se tornou a palavra de ordem e todos querem ter indicadores mais precisos, informação detalhada e atualizada com frequência. Com parâmetros objetivos e metas é possível tornar o impacto das estratégias de ESG tangível e com maior potencial de angariar recursos. Além disso, possibilita contornar desafios como o greenwashing, que é a falsa aparência de sustentabilidade promovida por ações pontuais de empresas que não estão de fato realizando as iniciativas que divulgam.

ESG pelo mundo

O Acordo de Paris colocou a economia de baixo carbono como uma meta urgente para os países. Algumas das mais ricas e desenvolvidas nações do globo já se mobilizam na busca por formas de promover a “descarbonização” das suas matrizes energéticas e atividades produtivas e melhorias nas políticas ambientais.

Na Europa, no fim de 2019 foi anunciado o Acordo Verde Europeu (European Green Deal), que consiste em um conjunto abrangente de iniciativas políticas com objetivo de tornar o continente neutro para o clima até 2050. Além disso, em 2021, as autoridades europeias estabeleceram o Regulamento de Divulgação Financeira Sustentável (SFDR), uma primeira tentativa para aumentar a transparência dos critérios ESG nas decisões e recomendações de investimento.

Nos EUA, após anos de negacionismo climático do governo Trump, a partir de 2021 a nova gestão do presidente Joe Biden indicou a retomada nas políticas ESG e a urgência na ação contra a mudança climática. A primeira medida foi levar o país de volta ao Acordo de Paris, incluindo o compromisso de descarbonizar seu setor energético até 2050.

A pandemia trouxe, ainda, evidência para problemas em relações trabalhistas, os prejuízos do racismo estrutural e das desigualdades de gênero, com grupos minoritários mais pressionados pelas demandas de cuidados domésticos e da saúde. Dessa forma, estão surgindo cada vez mais políticas e leis que tornam mandatória a adoção diversidade nas organizações em todo o mundo.

Contrariando setores ainda descrentes, há evidências de que a diversidade de gênero melhora os resultados dos negócios. A equipe de Pesquisa Quantamental da S&P Global Market Intelligence analisou empresas do final do ano de 2002 a 31 de maio de 2019 e constatou que aquelas com mulheres CFOs geraram US$ 1,8 trilhão a mais em lucro bruto do que a média do setor. 

As empresas com CFOs do sexo feminino também experimentaram retornos maiores do preço das ações em relação às empresas com CFOs do sexo masculino durante os primeiros 24 meses dos executivos na função, concluiu a análise. E este é apenas um aspecto que revela que investir em ESG traz retornos consistentes.

Tendências de ESG no Brasil

No Brasil, as empresas e investidores ainda estão nos primeiros passos da jornada ESG, mas é uma tendência cada dia mais concreta e um caminho sem volta, apontam especialistas. Investidores locais estão cada vez mais interessados em aportar nas empresas que incorporam ações alinhadas a ESG em suas cadeias produtivas. 

Para incentivar a adoção de projetos de ESG no Brasil, no entanto, é fundamental que haja um maior engajamento do mercado financeiro como um todo – bancos, corretoras, gestores de fundos e  investidores. O papel de todos esses atores é relevante no sentido de balizar as melhores práticas, indicando quais são os anseios e tendências que devem receber investimentos.

Embora seja uma questão urgente e atual, da qual depende o futuro não só das empresas, mas do planeta, a materialização do ESG ainda está em fase de amadurecimento no Brasil.  Em um mercado global, com cada vez mais legislações restritas em vigor, gestores de empresas e de investimentos precisarão se adaptar e se manter a par dos requisitos ESG à medida em que a transformação sustentável se torna uma realidade.

A transição para integrar o ESG é complexa, mas não precisa parar os seus negócios. Na prática, isso pode significar reduzir ou zerar emissões de carbono, melhorar o gerenciamento de resíduos ou buscar caminhos para implantar a economia circular, por exemplo. A Ambipar conta com ampla experiência no mercado nacional e internacional para auxiliar sua empresa nessa trajetória. 

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