Por Equipe de Redação
Publicado em 17 de novembro de 2022
Em evento realizado pela Associação Brasileira de Gerência de Riscos (ABGR), nesta quarta-feira (16), no qual foram discutidos os novos desafios do setor, seguradores, resseguradores e gerentes de riscos de grandes empresas, além do diretor da Susep, José Nagano, revelaram que, neste momento, o foco do setor está direcionado principalmente para as questões relacionadas à ESG (governança ambiental, social e corporativa) e aos segmentos que têm gerado um volume elevado de sinistros decorrentes de riscos climáticos. Segundo o gerente de Soluções em ESG da Aon, Thomaz Fabelo, neste novo cenário, entre os fatores que motivam as empresas a investirem forte em sustentabilidade está a concorrência. “Se estou inserido em um universo em que todos têm agenda de sustentabilidade, se ficar de fora, fico para trás, mas se adoto antes do concorrente, acabo me destacando”, comentou o executivo, apontando outros três motivadores: a convicção, pois todos compreendem a importância da sustentabilidade; a conveniência, uma vez que para diversos setores a pauta ESG se conecta com o negócio da companhia; e o compliance, na medida em que muitas vão adotar por questões de regulamentações.
Já Maria de Fatima Mendes de Lima, diretora de Sustentabilidade da Mapfre, acentuou que essa é uma agenda “em plena evolução”, integrada à rotina das grandes empresas e que traz inovação importante para os negócios e a até a mitigação de riscos. “Temos grandes compromissos globais nos países em que atuamos, englobando a inclusão, a diversidade, entre outras questões. Essa estratégia está inclusive no portfolio de nossos produtos, com foco nos segmentos que ainda não são atendidos pelo seguro”, enfatizou.
Por sua vez, Nathalia Abreu, gerente de Sustentabilidade da Zurich, pontuou que as seguradoras, como grandes investidoras, podem engajar as empresas a melhorarem sua jornada. “Na Zurich, não deixamos de olhar o retorno e a rentabilidade, mas estamos observando também vários outros aspectos na tomada de decisão de investimento, inclusive a questão do carbono”, disse a executiva.
Visão semelhante apresentou Daniela Cavalcante Pedroza, CEO da Ambipar VG. Segundo ela, há uma “nova roupagem” para a sustentabilidade. “Hoje, o mercado financeiro já levanta a bandeira que todos precisam estar preparados para a governança corporativa. Em 2010 não se falava em perdas por mudanças ou danos climáticos nas cláusulas do seguro. Isso mudou”, exemplificou.
CUSTO. Ainda nesse contexto, Frederico Knapp, head Reinsurance Brasil & Southern Cone da Swiss Re Brasil Resseguros, alertou para as graves consequências do aumento da frequência e da severidade dos sinistros, em todo o mundo, especialmente aqueles causados por riscos climáticos, no agronegócios. “Haverá um endurecimento do mercado, possivelmente com o aumento também dos preços do seguro e do resseguro. Não se assustem com o aumento de taxas que vamos ver no mundo todo em breve”, projetou.
Nagano, da Susep, também vê razões para o mercado se preocupar com o cenário atual. “O mercado sofre barbaridade com o seguro e o resseguro no ramo agrícola, por vezes com o excesso de chuva, outras pela seca. É preciso antever catástrofes”, comentou.
O diretor de Riscos da DHL, Guilherme Brochmann, também destacou a importância de se pensar no futuro. “O mundo todo achava que não ia ter catástrofe no Brasil nunca. Mas, está ocorrendo. Eu quero deixar um mundo melhor para meus netos. Hoje, o mundo já abriga oito bilhões de pessoas. Então, é preciso pensar no futuro”, conclamou.
Para a assessora da diretoria da ABGR, Marcia Ribeiro, para atingir esse novo estágio em um futuro mais tranquilo, é preciso haver uma união maior entre todos os atores. “Todo mundo que está aqui neste evento faz parte do processo. Eu convoquei alguns no laço. Mas, é preciso que toda a cadeia produtiva – seguradoras, grandes instituições, federações, queiram jogar juntos. Contamos com vocês!”, frisou.
O evento contou ainda com a participação de Danilo Silveira, diretor Executivo da FenSeg, que destacou o papel exercido pelos 94 mil corretores de seguros em atividade no mercado, “que gastam a sola do sapato para melhor atender os clientes. Ele disse que há muito espaço para o crescimento do mercado, lembrando que apenas 15% das residências e 30% da frota de veículos têm seguros no Brasil. “O seguro tem relevante papel social. E temos obrigação de crescer”, sentenciou.
Abertura. Na abertura do evento, foi destacada a importância da ABGR para as grandes empresas seguradas, especialmente para aproximar o consumidor do mercado, formar gerentes de riscos capacitados e debater as grandes questões que afetam ambos os lados.
Participaram da abertura Haroldo Araújo, Analista de Riscos da Cemig; Luiz Otávio Artilheiro, chefe do Departamento de Operações Financeiras da Eletronuclear; Winner Silva, Global Treasury and Insurance Manager da Iochpe-Maxion; e Thiago Amorim, Gerente de Riscos e Seguros da Ifood. Todos integrantes da direção ou do Conselho da ABGR.
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