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Exame - 08/11/2022

Empresa espera que alavancagem caia pela metade e destrave potencial de lucro; operação foi adiada devido à compra da Witt O’Briens.

O balanço do terceiro trimestre da Ambipar (AMBP3) pode ter sido o último antes da listagem da divisão Response, de atendimento a emergências ambientais, na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE, na sigla em inglês). Essa, ao menos, é a expectativa da direção da empresa.

“Ainda depende da burocracia do mercado americano. Mas tem tudo para a listagem ocorrer ainda neste ano. Aí já entraria no balanço do quarto trimestre”, disse Thiago Silva, CFO da Ambipar, em entrevista à Exame Invest.

A operação está prevista desde o meio do ano, quando a Ambipar aprovou a fusão da Response com a HPX, sociedade de propósito específico (SPAC, na sigla em inglês), que prevê a listagem na NYSE e a capitalização de, no mínimo, US$ 168 milhões. A divisão seguirá como subsidiária do grupo, que continuará com 71,8% de seu capital.

Pelas projeções da Ambipar, a conclusão do negócio fará com que o nível de alavancagem da Ambipar caia pela metade, dando um novo gás ao crescimento inorgânico e aliviando a pressão financeira do balanço.

No resultado do terceiro trimestre, divulgado na última noite, a companhia mais uma vez sofreu com o aumento do custo da dívida líquida, que encerrou o período em R$ 3 bilhões, o dobro do mesmo período do ano passado. Como consequência do aumento da dívida e da alta da Selic, a Ambipar reportou um prejuízo financeiro de R$ 158,3 milhões, 270% superior ao do terceiro trimestre de 2021.

lucro líquido, pressionado pela despesa financeira, caiu 24% para R$ 33,2 milhões — mesmo com o Ebitda positivo de R$ 272,6 milhões, 69,1% superior na comparação anual. A margem Ebitda foi de 27,8%. Com o menor nível de endividamento, a expectativa é de que sobre mais para a última linha do balanço.

A previsão inicial era de que todo o processo de listagem já estivesse concluído. Mas a escolha foi engordar ainda mais a operação da Response antes da estreia no mercado americano.

“Com a compra da Witt O’Brien, tivemos que esticar um pouco o cronograma para colocar os números dentro do formulário de referência da bolsa americana. Mas estamos numa toada forte. Já passamos pela segunda rodada de exigências [para listagem em Nova York]”, disse Silva.

A compra da Witt O’Brien, acertada em setembro e concluída em outubro, praticamente dobra o tamanho da Response em termos de faturamento. Em 2021, a companhia, líder global no setor de gerenciamento de crises, teve receita de R$ 1,034 bilhão, enquanto a Response terminou o último trimestre com receita acumulada de R$ 1,3 bilhão em doze meses.

“O crescimento com pequenas aquisições nos colocou numa posição de olhar para aquisições maiores, como foi com a Witt O’Brien. É uma empresa muito complementar no nosso portfólio de serviços no mercado norte-americano. Fizemos muitas aquisições de empresas que atuam no atendimento da emergência e a O’Brien, que é muito forte no gerencimaento, sempre terceirizava o atendimento em si”, explicou Silva.

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