Ambipar, da qual Gisele Bündchen é sócia, diz que teve o seu ‘trimestre da virada’

Companhia voltou a registrar crescimento e aumento de margens. Foto: Divulgação Ambipar.

Após dois trimestres considerados fracos pelos investidores, a Ambipar — companhia brasileira que atua nos segmentos de resposta a emergências e gestão de resíduos e tem Gisele Bündchen como acionista — acaba de informar que voltou a crescer seu faturamento e aumentar suas margens. O balanço do segundo trimestre é o primeiro divulgado após o fundador voltar ao comando da empresa e, na visão do CFO (diretor financeiro), Thiago da Costa Silva, deve marcar uma espécie de virada na maneira como a companhia é vista pelo mercado.

— É o trimestre em que ficará clara para os investidores a potencialidade de tudo o que a gente adquiriu nos últimos anos. Foi um resultado 100% orgânico, fruto de uma melhora no cenário macro, mas também das sinergias que a gente está procurando dentro de casa. É a chance de verem a companhia em velocidade de cruzeiro. Tem tudo para ser uma virada — disse à coluna.

A receita bruta somou R$ 1,34 bilhão, recorde para a Ambipar e uma alta anual de 39%. Ante os três primeiros meses do ano, o avanço foi de 7%. (No primeiro trimestre, a cifra havia encolhido 4% nesse tipo de comparação). A margem Ebitda, uma das principais métricas de rentabilidade de um negócio, subiu de 25,5% para 30,7%.

Alavancagem

O Ebitda em si, que é o lucro antes de juros e impostos e equivale à capacidade de geração de caixa, ficou em R$ 369,8 milhões, uma alta trimestral de 27,2% e um avanço anual de 67,5%. O lucro líquido ficou em R$ 23,9 milhões.

— Houve sim, nos últimos trimestres, alguma retração no topline (receita bruta) da companhia, mas isso se deu dentro do foco que tínhamos para aumentar as margens. Também tivemos o novo management (comando), que tem como um dos focos a redução da alavancagem. A redução da taxa de juros ajuda pelo lado macro, mas, dentro de casa, nossa tarefa é trabalhar nas margens. Tudo isso nos deixa otimistas para o segundo semestre — argumentou Costa Silva, acrescentando que a demanda da indústria, que forma parte importante de sua clientela, está mais aquecida do que no início do ano.

Alavancagem é a relação entre a dívida da empresa e sua capacidade de gerar caixa. No começo do ano, a taxa da Ambipar era de 3,4 vezes — ou seja, a companhia precisaria de quase três anos e meio de geração de caixa para zerar sua dívida — e caiu agora para 2,9 vezes.

‘Desconto’

A troca de comando na Ambipar se deu no fim de junho, quando o fundador Tércio Borlenghi Jr. assumiu a cadeira de CEO. Até então, ele estava na presidência do conselho. Sua principal missão é aumentar o faturamento e reduzir a dúvida da empresa. Isso leva a crer que seguirá estacionada a máquina de aquisições da Ambipar, que foi uma das marcas da companhia desde que estreou na Bolsa, em meados de 2020.

— Ainda estamos no período de sinergia. A gente ainda não tem previsão de volta às aquisições, embora haja ótimas oportunidades no mercado — confirma o CFO.

Os esforços da Ambipar para impressionar investidores têm razão de ser. A companhia estreou na Bolsa vendendo ações a R$ 24,75, mas o papel vale hoje R$ 20,90, uma perda acumulada de 15%.

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