Por Equipe de Redação
Publicado em 22 de janeiro de 2024
A Ambipar começou hoje o roadshow para uma emissão de green bonds de cerca de US$ 500 milhões que vai marcar sua estreia no mercado internacional de dívidas.
A companhia vai usar os recursos para pré-pagar cinco debêntures com vencimentos entre 2024 e 2028, aumentando a duração média de suas dívidas de 3,5 anos para 5 anos.
O bond terá prazo de 7 anos.
Além de aumentar o duration , a emissão vai liberar limite de crédito da Ambipar com os bancos, já que muitos deles tinham as debêntures que serão pré-pagas na carteira, e diversificar o funding da companhia.
“Não é qualquer um que consegue estrear no mercado internacional com um green bond ,” Caio de Luca, o head de DCM do Bank of America, disse ao Brazil Journal. “Isso reforça a natureza ‘true ESG’ deles e toda a governança da companhia.”
No Brasil, a Ambipar já fez algumas emissões de debêntures verdes no passado.
Apesar dos recursos serem usados para pré-pagar dívidas, a Ambipar está se comprometendo a alocar o mesmo montante em projetos ESG dentro de sua estratégia de crescimento, o que permite classificar a dívida como uma green bond.
A companhia não divulgou, no entanto, quais serão esses projetos.
O roadshow começou hoje com a primeira reunião da Ambipar com investidores internacionais terminando há cerca de 1 hora.
Segundo Caio, a companhia vai conversar com investidores globais focados em mercados emergentes, mas espera um engajamento especialmente forte de fundos ESG.
Para ele, o benefício de uma emissão verde hoje não é tanto de taxa, já que os descontos em relação a emissões tradicionais acabam variando caso a caso.
“Os benefícios são mais de acessar um investidor específico, de fazer um compromisso com a sociedade, e de ter um papel mais líquido,” disse ele. “Quando olhamos as curvas de bonds ESG e não-ESG, os ESG costumam performar melhor em momentos de volatilidade.”
A emissão vem dois meses depois da Ambipar levantar R$ 717 milhões num follow-on que foi bancado principalmente pelo controlador da empresa, Tércio Borlenghi Júnior, que colocou R$ 560 milhões.
Na época, a companhia disse que ia usar os recursos para reduzir sua dívida líquida em 18% e para dar fôlego para ela discutir com seus credores o pré-pagamento e um reperfilamento de parte de sua dívida.
No final do terceiro trimestre — antes dos recursos do follow-on — a Ambipar tinha uma dívida líquida de R$ 4,2 bi, com uma alavancagem de 2,9x EBITDA.
Os coordenadores são o Bank of America, Morgan Stanley, BTG Pactual e Itaú BBA.
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