Por Equipe de Redação
Publicado em 19 de dezembro de 2022
Em entrevista ao portal Integridade ESG, Rafael Tello, diretor de sustentabilidade da Ambipar, revelou a ambição do grupo de estar entre as lideranças empresariais na transição da economia rumo a 2030 – ano em que deveriam ser atingidas as metas dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) definidos durante a Assembleia Geral da ONU de 2015.
“Queremos atuar fortemente, junto aos objetivos sustentáveis, na direção de uma economia circular de baixo carbono. Temos como meta, até 2040, ter toda a nossa frota rodando com combustíveis de baixo carbono, abastecer a nossa frota com etanol, trabalhar com etanol 2.0 e desenvolver projetos piloto de transição energética no setor de caminhões”, afirmou.
Em 2020, o grupo 100% brasileiro, com 27 anos de existência, fez história ao se tornar o primeiro do setor de serviços ambientais a realizar um IPO (initial public offering ou oferta pública inicial), estimulando outras empresas do setor a fazerem o mesmo. No ano seguinte, a companhia registraria um aumento de 291% de sua receita bruta, que passou para R$ 3,13 bilhões.
“O Brasil voltou ao jogo. Somos protagonistas na questão ambiental, mas falta sermos protagonistas econômicos”
“Esse pioneirismo na B3 foi excelente para obter o apoio dos investidores. Integrar o Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3 está em linha com a empresa que queremos ser, com uma governança de primeira linha, que gera resultados econômicos equilibrados. E o instrumento que escolhemos para isso foi a abertura de capital. Lançamos uma tendência, e outras empresas vieram atrás, reforçando nosso propósito que entendemos que é muito maior do que a gente, de tornar o mundo melhor”, resumiu Tello, diretor da empresa atuante em 39 países nos seis continentes, por meio de 400 bases.
Desde a abertura de capital, ocorrida em julho de 2020, mais de 40 empresas foram adquiridas. Entre as aquisições mais recentes, está a ViraSer Negócios de Impacto Ltda, através de sua controlada direta, Environmental ESG Participações S.A.A instituição tornou-se Ambipar Environment, unidade de negócio de Economia Circular da Ambipar, com faturamento de R$ 8 milhões nos últimos 12 meses.
“A ViraSer trabalha com cooperativas de catadores. Já temos um histórico de apoio a tais cooperativas. A compra da ViraSer representa uma oportunidade de aumentar o impacto social de nossas atividades”, explicou Tello.
O diretor de sustentabilidade também fez um balanço da participação do grupo na COP27, ocorrido em novembro e comentou sobre a falta de unidade política do país.
“O Brasil voltou ao jogo. Realmente, somos protagonistas na questão ambiental, organizamos a Rio92 e a Rio+20, mas ainda não somos protagonistas econômicos. E acreditamos que existe muita inteligência, conhecimento e tecnologia brasileiros em âmbito sustentável, que podem resolver problemas no mundo todo. A participação brasileira na COP27 teve uma característica muito particular. Tivemos três estandes: de representação do governo federal, do consórcio de governos da Amazônia e da sociedade civil. Isso mostra que ainda não conseguimos consolidar uma agenda comum e trabalhar junto a um plano estratégico único”, observa Tello.
O Grupo Ambipar atua em diversas frentes, com o negócio essencialmente organizado em duas linhas: emergências ambientais e serviços. Todos os modais são atendidos, desde o marítimo ao aéreo, incluindo o ferroviário e o rodoviário. A operação encontra seu maior volume na malha rodoviária, por meio da qual as empresas transportam a maior quantidade de material, o que se explica pelas próprias características da economia brasileira. Em 2021, foram compensadas emissões equivalentes a mais de 176 mil toneladas de gás carbônico.
“Na B3, lançamos uma tendência e outras empresas do setor nos seguiram, reforçando nosso propósito, que é muito maior do que a gente, de tornar o mundo melhor”
“Na parte de serviços ambientais, nosso forte é a gestão de resíduos industriais, com uma visão muito direcionada para tecnologia e promoção de economia circular. Auxiliamos os clientes a fazer a gestão dos resíduos. Temos uma visão de que o resíduo não é para ir para um aterro. Precisa ser valorizado e destinado de uma forma produtiva. Trabalhamos com compostagem, coprocessamento, reciclagem e transformação desses materiais, que muitas vezes vão para aterros sanitários. Damos uma destinação produtiva a ele, um fim, evitando que não tenha valorização”, ressaltou Tello, diretor da empresa que registrou, em 2021, mais de um milhão de toneladas de resíduos valorizados.
O executivo comenta esperar que o governo, em fase de transição, se preocupe em promover a economia verde. “Desejamos que qualquer governo gere oportunidades para empresas que trabalham com a sustentabilidade. Esperamos que apoie e gere oportunidades para as empresas que trabalham com a sustentabilidade. Que dialogue com setor o privado e o setor civil para que consigamos cumprir os Objetos do Desenvolvimento Sustentável de forma cooperativa, que é o que a sociedade espera da gente”, concluiu.
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