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Revista TAE - Tratamento de água e efluentes - 22/11/2023

Equipe redação

Por Equipe de Redação
Publicado em 23 de novembro de 2023

Companhia é a primeira a ter um plano aprovado pelo Ministério do Meio Ambiente após a publicação do decreto da logística reversa do vidro.

A Ambipar vai investir R$50 milhões até 2030 para implementar o primeiro plano de logística reversa do vidro em todo o Brasil. O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) aprovou o projeto apresentado pela companhia para cumprimento do Decreto 11.300/2022, que prevê a logística reversa de embalagens de vidro no país.

O vidro é o resíduo mais problemático na cadeia de reciclagem no Brasil. Por conta das dificuldades de transporte, riscos e baixo valor agregado na venda do material, grande parte dos resíduos acaba sendo destinada aos aterros sanitários ou lixões.

Segundo o governo federal, estima-se que, anualmente, mais de 1 bilhão de garrafas de vidro são descartadas no país, parte de forma inadequada em praias, rios, terrenos baldios e lixões ou em aterros sanitários. Apenas 20% desse total é reciclado.

A Ambipar é a primeira empresa a ter um plano aprovado para promover a logística reversa do vidro no Brasil e garantir que os resíduos retornem à cadeia produtiva. Assim, cacos que antes iam parar no lixo, agora poderão ser reutilizados pela indústria.

A empresa vai criar um sistema de coleta, por meio de caminhões próprios, para recolhimento de vidro de grandes geradores de resíduos, como fábricas, bares, padarias e restaurantes.

Além disso, a Ambipar vai criar unidades de limpeza dos vidros nas cinco regiões. Após este processo, será feita a triagem para revenda às indústrias e a transformação em novos produtos, fechando o ciclo da economia circular.

Para Maíra Pereira, diretora da Ambipar Environment, o novo sistema beneficia o meio ambiente e o trabalho dos profissionais da reciclagem. “Com a criação de um mercado operacional, os valores do vidro ficarão mais atrativos aos profissionais da coleta e a quantidade dos resíduos despejados irregularmente irá diminuir”, afirma.

Ela também explica que a ausência de um sistema de logística reversa de vidro causa problemas de abastecimento nas indústrias do setor. “Isso sempre impediu que as empresas produtoras de embalagens de vidro tivessem acesso suficiente deste tipo de resíduo para reutilização. Hoje, as indústrias precisam importar cacos de vidro porque falta o material. Além disso, a produção a partir da areia é muito mais cara e emite muito mais gás carbônico”, explica Maíra.

No início do ano passado, o país viu um desabastecimento de vidro que atingiu as indústrias de bebidas. O governo acabou baixando um decreto que isenta de tributação a importação de vidro transparente, o que levou ao aumento da importação de cacos de vidro.

Ainda segundo a executiva, a partir do plano elaborado pela Ambipar, será possível ter acesso à coleta de vidro de forma estratégica. “É uma forma de revolucionar todo o mercado brasileiro de vidro através da logística reversa e liderar o movimento de adequação das empresas e toda a sociedade com o Decreto 11.300/2022, que entrou em vigor no final do ano passado”, afirma.

O Decreto também estabelece metas de logística reversa para as empresas geradoras de embalagens de vidro, definindo que, até o final deste ano, 26% do vidro inserido no mercado brasileiro seja reciclado e reintegrado à cadeia produtiva, em 2024 a meta é de 30% e ela segue progressiva, de modo que, até 2030, será de 37,5%. Importante ressaltar que essa meta contempla recuperação nas 5 regiões brasileiras.

Natalia Santana <[email protected]>

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