Ambipar vai replicar modelo da Response nos EUA e acelerar aquisições, diz diretor

São Paulo, 7 de julho – A Ambipar vai replicar o modelo de negócios da Response nos Estados Unidos e acelerar a agenda de aquisições, após a fusão entre braço de emergência ambiental da holding e a HPX, disse o diretor-financeiro Thiago Silva em entrevista exclusiva à Mover.

A Response atua no Brasil e em escala global com prestação de serviços industriais e resposta a emergências ambientais.

A fusão anunciada ontem – que fez a ação ordinária da Ambipar saltar mais 10% – garante à Response uma capitalização de US$168 milhões.

“A maior parte dos recursos será destinada ao crescimento via fusões e aquisições no mercado americano, por isso é tão importante que a nova companhia seja listada em Nova York”, afirmou Silva.

A ideia é replicar as estratégias da Response no Brasil também nos Estados Unidos, tal qual foi feito no Chile e no Peru, aproveitando a pulverização do mercado para acelerar um processo de consolidação da companhia.

Para o executivo, os Estados Unidos representam o acesso a um mercado cuja indústria química “é muito mais forte” e, ao mesmo tempo, “não possui nenhuma empresa que atende às emergências ambientais no modelo one-stop-shop” – onde é possível encontrar todos os serviços em apenas uma plataforma ou empresa.

A fusão também trouxe uma folga para o balanço da Ambipar, que viu a alavancagem medida pela relação Dívida Líquida sobre EBITDA cair de 2,8 vezes no final do primeiro trimestre para 1,4 vez, diante do anúncio.

A companhia enxerga a desalavancagem como uma oportunidade de retomar o crescimento inorgânico”, disse Silva. A Ambipar possui um histórico de crescimento via aquisições, com cerca de 30 desde a abertura de capital, em julho de 2020.

“Lideramos serviços de emergência em alguns setores no Brasil, como modal rodoviário, mas pretendemos fazer aquisições para avançar em outros segmentos”, ressaltou o executivo.

A Response deve chegar à bolsa de Nova York em setembro valendo R$2,9 bilhões, mais do que a própria Ambipar.

Questionado sobre o momento do mercado americano, que teve o pior desempenho em 52 anos, Silva pontuou que as bolsas podem melhorar até a data da listagem e que está acostumado aos desafios impostos pelo mercado brasileiro.

Por volta das 16h05, as ações ordinárias da Ambipar (AMBP3) recuavam 2,31%, cotadas 24,55. No acumulado do ano, os papéis recuam 41,30%.

Texto: Artur Horta
Edição: Allan Ravagnani
Imagem: Vinicius Martins / Mover
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