Por Equipe de Redação
Publicado em 24 de novembro de 2022
Em entrevista para a EXAME, Plínio Ribeiro, CEO da Biofílica destaca a importância da participação do setor privado em discussões sobre meio ambiente.
A Biofílica Ambipar, companhia no ramo de créditos e neutralização de carbono, esteve presente na COP27, evento da ONU que aconteceu no Egito. Em entrevista para o time de ESG da EXAME, Plínio Ribeiro, CEO da Biofílica, comentou sobre a urgência do setor privado na tomada de decisões ligadas ao clima e a importância da participação de eventos globais como a Conferência das Partes.
De acordo com Ribeiro, o clima da 27ª COP era de “otimismo com cautela”. O executivo comentou que muito se falou sobre o Artigo 6 do Acordo de Paris, que discute a questão da governança em cooperação e regulação do mercado de carbono global – principalmente os pontos 6.2 e 6.4.
“O que eu tenho acompanhado são as negociações não oficiais. As discussões estão se deslocando, ou seja, as empresas do setor privado não estão mais tão pacientes para esperar o que está acontecendo aqui na ONU, então, estão desenvolvendo as suas iniciativas mais por conta própria, estão acelerando mais a agenda está dando otimismo para a gente que produz créditos de carbono no Brasil a partir de restauração florestal e conservação florestal”, comentou Ribeiro sobre o que ele denomina de movimentação dos mercados voluntários.
O diretor comentou que existem muitas iniciativas no Brasil envolvendo comunidades tradicionais, povos indígenas e fazendeiros, de pequeno e grande porte. Segundo ele, é preciso conectar a discussão oficial com as movimentações dos mercados voluntários para “não ter uma perda de credibilidade, uma perda de integridade e até mesmo um risco para essas comunidades e pessoas que estão lá na ponta”, observou Ribeiro.
Há mais de um ano, a Biofílica se tornou Biofílica Ambipar Environment, em parceria com o grupo Ambipar. Ribeiro ressalta que é importante para uma empresa que atua com créditos de carbono estar onde essas discussões acontecem para entender para onde o mundo está seguindo.
O CEO comentou sobre a importância de poder acessar pessoas chave para as discussões ambientais: “Aqui é um lugar que você consegue encontrar as lideranças da sociedade civil cada vez mais, e com os principais CEOs das grandes companhias brasileiras. Então, acaba sendo um excelente ponto de encontro, um ponto de relacionamento, de mostrar que a gente está na agenda, de mostrar e compartilhar as iniciativas, de aprender com as iniciativas que estão acontecendo”.
“É um pouco paradoxal. Você tem que vir para o Egito para entender o que está acontecendo no Brasil, mas é verdade, porque aqui é o único lugar que você consegue – dentro de um intervalo aí de uma a duas semanas –, ter acesso e contato e relacionamento com todos os governos dos estados, inclusive dos estados amazônicos, onde a gente tem a maior parte dos projetos, onde a gente consegue interagir diretamente com os bancos de desenvolvimento”, concluiu Ribeiro.
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