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O Globo - 23/11/2022

Equipe redação

Por Equipe de Redação
Publicado em 23 de novembro de 2022

Grande parte das embalagens feitas com o produto vai para o lixo comum. Mas podem, sim, ser recicladas.

A indústria o conhece como EPS (poliestireno expandido), mas o consumidor só o chama de “Isopor”, que é uma marca registrada. Independentemente do nome, essa resina é ignorada por boa parte da população na hora de descartar – grande parte vai para o lixo comum. Mas muitas dessas embalagens podem sim ser recicladas.

O EPS é um plástico celular rígido, resultado da polimerização do estireno em água. O produto final são pérolas de até três milímetros de diâmetro, que se destinam à expansão. No processo de transformação, essas pérolas aumentam em até 50 vezes o seu tamanho original, por meio de vapor, fundindo-se e moldando-se em formas diversas.

Expandidas, as pérolas apresentam em seu volume até 98% de ar e apenas 2% de poliestireno. Em milímetro cúbico de EPS expandido, por exemplo, existem de 3 a 6 bilhões de células fechadas e cheias de ar.

Circularidade do EPS, mais conhecido como isopor — Foto: Arte O GLOBO

Circularidade do EPS, mais conhecido como isopor — Foto: Arte O GLOBO

De acordo com a Abiquim (Associação Brasileira da Industria Química), o país produziu, no ano passado, 119,6 mil toneladas de EPS, volume que cresce ano a ano, sendo boa parte exportado. Dados recém-divulgados mostram que, entre os diferentes tipos de plásticos reciclados pós-consumo, o EPS só perde para o PET em percentual de reciclagem: em 2020, o índice foi de 30,9% de tudo o que é produzido (no caso do PET, este número chega a 53,5%; entre todos os plásticos, é de apenas 23,1%).

Conhecemos o EPS como embalagem de eletrodomésticos e eletrônicos, caixas para armazenamento de bebidas e remédios, mas também em lajes e forros de imóveis.

Uma vez usado, como se descarta um material que, na natureza, leva muitos anos para se de decompor? Lembrando que, embora atóxico, polui rios e os mares, sendo prejudicial à fauna.

-Temos toda a tecnologia para reciclar e já existe a economia circular – responde Nivaldo Fernandes de Oliveira, diretor superintendente da Termotécnica.

Para ele, o desafio é “integrar os elos da cadeia”. A empresa, de Joinville (SC), é a maior fabricante de embalagens em EPS do país, com unidades em cinco estados, atendendo segmentos como linhas branca e marrom, agronegócio, alimentos, fármacos e vacinas.

– Há 14 anos começamos a trabalhar a reciclagem do EPS – conta o executivo.

Nesse período, a Termotécnica recolheu e reciclou mais de 44 mi de toneladas do produto. O trabalho para recolhimento se dá na logística reversa, garantindo que o material volte à empresa. Para isso, atua junto a produtores, distribuidores e varejistas, além do consumidor final, em um caminho que leve o EPS às cooperativas e, de lá, às unidades da Termotécnica.

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Então, o Isopor (que deve chegar limpo, forma como também deve ser descartada pelo consumidor), passará por um processo de extrusão (retirada do ar, dando ao material uma outra forma) para ganhar novas funcionalidades. De EPS (expandido), ele vira PS (comprimido).

Há basicamente três maneiras de se reciclar: a mecânica, que é a mais comum, a energética e a química. As duas últimas são usadas quando o material reciclado será matéria-prima da própria indústria, como energia térmica, óleos e solventes, entre outros.

Por conta do desconhecimento de boa parte da população, a empresa criou o portal Sou Reciclável, onde orienta sobre o descarte correto – todos os produtos da empresa têm um QR Code que leva à plataforma. De acordo com Oliveira, hoje há mais de 300 cooperativas integradas no sistema e mais de 30 gerenciadores de resíduos sólidos.

Reciclado, o agora PS será usado em molduras, rodapés, solados de sapatos ou decks de piscinas, por exemplo. Mas o mercado avança e, com o compromisso de cumprir uma agenda de sustentabilidade, a indústria busca ofertar produtos que já nasçam com a marca da reciclagem.

Em 2020, a Unigel, fornecedora de monômero de estireno para a Termotécnica, matéria-prima para a produção de embalagens em EPS, firmou uma parceria com a empresa catarinense e com a Eletrolux para o fornecimento de materiais reciclados pós-consumo. Peças de refrigeradores, por exemplo, estão sendo feitas usando o EPS reciclado das duas primeiras empresas.

– As parcerias com nossas fornecedoras são imprescindíveis – diz o diretor de Sustentabilidade da Electrolux América Latina, João Zeni, acrescentando:

– Quando realizamos a análise de ciclo de vida de nossos produtos e dos materiais que utilizamos, verificamos a significativa redução de impactos ambientais, principalmente de emissões de CO2, utilizando matérias primas recicladas provenientes do pós-consumo.

Em 2021, a Eletrolux dobrou o uso de matéria-prima reciclada na América Latina, chegando a mais de 1.400 toneladas de plástico reciclado utilizados em seus produtos. A meta é chegar a 50% de plásticos reciclados até 2030.

Parte da indústria, aqui e no mundo, olha também para outras matrizes como substitutas do EPS, considerando que a logística reversa tem grande complexidade, já que se transporta um produto leve mas de grande volume, o que encarece o frete em comparação a outros materiais.

– O mercado de transporte começa a usar a polpa moldada, feita de celulose ou de papel reciclado – conta Guilherme Brammer, engenheiro de materiais e CEO da startup Boomera-Ambipar.

É o material que vemos em caixas de ovos, fácil de moldar para a proteção de diversos produtos, mas que ainda não tem escala para competir, em preço, com o EPS.

– Tem aplicações em que o EPS, por sua função isolante e boa resistência mecânica, ainda é a melhor opção – explica Brammer, para quem a questão do impacto ambiental não tem resposta pronta quando se analisa a extração de materiais e sua aplicação em produtos. Aqui, cada caso é um caso.

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