Os desafios para a monetização do gás natural frente à crescente demanda no país foram amplamente debatidos no primeiro dia de OTC Brasil no painel “Challenges to monetize Natural Gas from High GOR Offshore Fields”. Representantes da Petrobras, Equinor e Repsol Sinopec, envolvidas em grandes projetos de gás natural em desenvolvimento no pré-sal brasileiro, dialogaram sobre as estratégias para viabilizar o que importantes segmentos da sociedade buscam: o aumento da oferta do insumo para impulsionar e estabelecer, ainda mais, o Novo Mercado de Gás.
Bruno Moczydlower, gerente executivo de reservatórios da Petrobras, afirmou que a companhia está comprometida em incrementar a produção de gás para o mercado brasileiro e destacou que, a partir do próximo ano, o projeto Rota 3, desenvolvido para ampliar o escoamento de gás natural a partir do pré-sal da Bacia de Santos, já estará operacional. Em 2028, outros dois projetos de grande capacidade de escoamento, Projeto Sergipe Águas Profundas (SEAP) e o Projeto Raia, por meio do consórcio BM-C-33, também devem estar operando. Somados, os três projetos serão capazes de entregar mais de 50 milhões de metros cúbicos por dia de capacidade.
Para Thiago Penna, diretor do Projeto Raia, da Equinor, que está em desenvolvimento e tem capacidade de escoar aproximadamente 16 milhões de metros cúbicos por dia, os desafios da produção e gás natural podem ser superados pela inovação e pela eficiência na redução de emissões de carbono. “Nossos projetos precisam ser robustos financeiramente e no que diz respeito às emissões de carbono. Neste sentido atribuímos diversas inovações. Iremos contar com um dos FPSOs mais eficientes e inovadores do mundo\”.
Andres Sannazzaro, gerente de comercialização de gás e relações públicas da Repsol Sinopec Brasil, lembrou a necessidade de previsibilidade para tomada de decisões de longo prazo e frisou que dentre as alternativas para monetizar o gás estão a própria produção, a distância do mercado consumidor, passando pela presença ou não de gás associado.
Outro desafio que a indústria de petróleo nacional tem de enfrentar está relacionado ao pré-sal brasileiro. Empresas e fornecedores têm buscado desenvolver novas tecnologias para alcançar uma produção mais eficiente. Graças à complexidade do ambiente geológico, o uso de inovações mais avançadas tem papel fundamental para a produção na região.
Para Raimon Alfaro, Líder de Pesquisa & Desenvolvimento em Geofísica da TotalEnergies, as tecnologias geofísicas são fundamentais para desbloquear o potencial do pré-sal. Já Alex Martinez, Geofísico Sênior da ExxonMobil, acrescentou a necessidade do desenvolvimento de tecnologia para cada ambiente em questão.
Jorge Luis Lopez, da Shell, afirmou que novas tecnologias sísmicas são uma aposta da companhia para mitigar os riscos para a recuperação de reservatórios.
Diego Garcia, da Petrobras, destacou a estratégia da petroleira na operação do campo de Mero, cujo plano de desenvolvimento envolve a implantação de quatro FPSOs que entrarão em operação até 2025 e vão produzir, juntos, 180 mil barris por dia, elevando o fator de recuperação do campo entre 1% e 3%.
Como promover a inovação e o empreendedorismo no setor de energia, que preza pela segurança em suas operações e ainda opera segundo modelos de projetos tradicionais? Qual o futuro do trabalho no setor? Essas foram as principais questões abordadas nos painéis iUP Technical Sessions no primeiro dia da OTC 2023.
Cleusa Araújo, Gerente de Transição Energética da Shell, frisou a importância da agenda ESG para impulsionar a inovação. “É uma tendência que impulsiona todas as nossas ações”. Já Mariana Kobayashi, da Total Energies, ressaltou que um dos maiores desafios em inovar na indústria é a segurança. Para Matteo Cervelli, Gerente de Inovação da Vibra, a inovação deve estar ligada à estratégia do negócio. “Não adianta inventar algo que não vai ao encontro das necessidades de quem paga a conta”. Ricardo Yogui, da PUC-RJ, alertou que “133 milhões de novos empregos serão gerados a partir de tecnologia e inovação, porém, outros vão desaparecer nos próximos anos”.
Na mesa Diálogos Executivos, Roberto Ardenghy, presidente do IBP, recebeu Bruno Chabas, CEO da SBM Offshore, que destacou a importância de a sociedade entender o quão essencial é a energia para a vida das pessoas. \”Com esse entendimento, será possível avançar com a transição energética no ritmo adequado, mantendo a segurança”. De acordo com Chabas, a empresa planeja reduzir suas emissões em cerda de 30% nos próximos anos. “A captura de carbono é uma de nossas maiores apostas. O cenário que o mundo terá daqui a 10 anos vai depender basicamente das novas tecnologias\”.
Roberto Ardenghy recebeu ainda Yann Cottart, vice-presidente da Subsea7 Brasil. O executivo compartilhou que sustentabilidade é um dos principais valores da companhia e que trabalham para aprimorar ainda mais as suas operações. “Estamos comprometidos em reduzir as emissões de escopo 1 e 2 em 50% até 2045, implementando mudanças e soluções disponíveis hoje e introduzindo novas tecnologias mais limpas à medida que se tornam disponíveis comercialmente em escala no mercado”, afirmou Cottart.
A OTC Brasil segue até esta quinta-feira (26), no Rio de Janeiro. A edição de 2023 conta com o patrocínio master da Petrobras; o patrocínio platinum da Shell e TotalEnergies; o patrocínio ouro da Ambipar, da BP, da Chevron, da Equinor, da ExxonMobil, da Prio e da RepsolSinopec Brasil; o patrocínio prata da Enauta, do Porto do Açu e da TechnipFMC; o patrocínio bronze da Corio Generation, da Perbras, da SBM Offshore, da Tenaris, da Tivit, da Quorum Software e da OceanPact; o patrocínio da Decarbonization & Technology Arena da Radix, da ASME, da TESS, da GE, da Huisman, da Innovation Norway, da PPSA, da Bratecc, da Shape e da Wams; apoio como operadora aérea oficial da United Airlines; a parceria oficial de compensação de carbono da AMBIFY; a ApexBrasil como parceira de Negócios Internacionais; a Blumar como agência de turismo oficial; a B&T como corretora de câmbio oficial; e parceiros como Abimaq, Brazil-Texas Chamber of Commerce, RedePetro ES, SPE UNIFEI e Norwegian Energy Partners. Além disso, o evento conta ainda com o apoio do Governo Federal.
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