Por Equipe de Redação
Publicado em 14 de junho de 2023
Foto: Márcia Costa, VP de gestão de pessoas da Aegea: “Buscamos resultados para as comunidades onde operamos” (Leandro Fonseca/Exame)
Aegea, Ambipar e BRK são destaques na categoria Saneamento e Meio Ambiente no Melhores do ESG 2023.
A Aegea é responsável por garantir os serviços de água e esgoto para 30 milhões de pessoas em 489 municípios, considerando as recentes concessões conquistadas na cidade do Crato e na região metropolitana de Fortaleza, no Ceará, e a aquisição da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), que atende mais de 300 municípios no Rio Grande do Sul. A receita operacional líquida da empresa, no ano passado, atingiu 3,7 bilhões de reais, um crescimento de 25% em relação ao ano anterior. Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) alcançou 2,5 bilhões de reais, alta de 37% na mesma base de comparação.
Esse resultado foi obtido a partir de uma atuação totalmente alinhada aos preceitos do ESG. “Um contrato de concessão tem a duração de 30 anos. Não é possível entrar nesse mercado sem um olhar para a sustentabilidade”, afirma Radamés Casseb, CEO da Aegea. “Para nós, os indicadores ESG são marcadores de eficiência.” Eficiência que pode ser medida em números. Em 2022, a companhia poupou 20 bilhões de litros de água com investimentos na operação.
A eficiência, no entanto, não é somente financeira. “Buscamos resultados para a comunidade”, afirma Márcia Costa, vice-presidente de gestão de pessoas da Aegea, que recentemente assumiu o comando da área de sustentabilidade. Em 2022, 4.000 professores e 72.000 alunos participaram dos programas educacionais da companhia; mais de 500.000 famílias foram beneficiadas com a Tarifa Social, que concede descontos para a população de baixa renda; e 36 milhões de reais foram investidos em programas de responsabilidade social.
São resultados que se somam aos impactos sociais promovidos pelo próprio negócio da Aegea, o saneamento, um direito fundamental, mas que não é garantido a todos os brasileiros. Apenas três capitais brasileiras contam com 100% da população atendida por abastecimento de água — Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo. Há casos, como o de Porto Velho, em que o percentual não chega a 30%. De maneira geral, o serviço alcança 93,5% da população. Quando se trata de esgotamento, o cenário é pior: apenas 64% dos brasileiros possuem o direito.
Acabar com essa desigualdade é o principal objetivo da Aegea, que estabeleceu a meta de, até 2033, levar água potável e segura para 99% das pessoas que moram nas áreas de concessão da companhia, e coleta de esgoto para 90%. No ano passado, a empresa tratou 527 bilhões de litros de esgoto, um aumento de 131% em relação ao ano anterior. “A água está na base do limite da dignidade; o acesso a ela é fundamental para manter o tecido social”, afirma Casseb.
Ambipar
A Ambipar, empresa que opera no setor de valorização de resíduos, teve um crescimento considerável a partir do IPO (sigla em inglês para “oferta pública inicial”), em 2020. É o que explica Rafael Tello, diretor de sustentabilidade do grupo. “A nossa estratégia é trabalhar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 12 (consumo e produção responsáveis) e 13 (ação contra a mudança global do clima), com a finalidade de liderar a transição para uma economia circular de baixo carbono”, explica Tello. A empresa, que hoje opera com gás natural, tem a ambição de fazer a transição de sua produção para o biometano. “O biometano permite uma grande redução e a compensação das nossas emissões”, diz Tello.
Pensando em práticas alinhadas ao ESG, a Ambipar tem um projeto de produção de biocápsulas. Segundo a companhia, essa frente já lançou ao solo mais de 1,2 milhão de biocápsulas sustentáveis, capazes de transformar resíduos em árvores — a iniciativa rendeu cerca de dez prêmios no Brasil e no exterior. No ano passado, a companhia também começou uma parceria de cooperação técnica em pesquisa com a Universidade Presbiteriana Mackenzie e a Fiap. Na frente de resíduos, a Ambipar contou com um aumento de 60% na compensação de resíduo valorizado para clientes, com um total de 1.650.025,59 toneladas. Quando questionado sobre o futuro do setor, Tello é categórico: “O ESG é o cerne para o desenvolvimento brasileiro”.
BRK
Criada em 2008, a BRK, empresa do setor de saneamento, presta serviços de água e esgoto por meio de concessões, parcerias, entre outros. De acordo com Carlos Almiro de Magalhães Melo, diretor de ESG e gestão de riscos da companhia e presidente do Instituto BRK, a empresa tem um plano estratégico quando o assunto é a aplicação dos parâmetros de meio ambiente, social e governança. “Temos um órgão de assessoramento, o comitê de sustentabilidade, em que trazemos formalmente a representação, a opinião e as correções de rota da alta liderança com participação dos presidentes e representantes, inclusive dos acionistas”, diz Melo. Entre as iniciativas de ESG que se destacaram nos últimos anos na companhia, o diretor ressalta a revisão do plano de descarbonização — com a preocupação sobre o processo de certificação das metas, levando em consideração as indicações da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Além da criação do Instituto BRK que, segundo Melo, passa a ser o líder absoluto no investimento social da companhia. “Essa é a estrutura, a cabeça pensante do investimento social com foco no impacto positivo da BRK”, afirma. Para ele, um feito que demonstra materialidade por parte da empresa é a nota de 12,7 no ranqueamento da Sustainalytics, da Morning Star, que coloca como “baixo” o risco da empresa quando se consideram as práticas ESG — sendo essa a melhor nota de uma empresa do setor de saneamento no Brasil e nas Américas.
Nossos analistas comerciais estão prontos para ajudar sua empresa com as melhores soluções ambientais.