Plano dos Emirados Árabes de zerar emissões até 2050 atrai multinacional brasileira da área ambiental

Tercio Borlenghi Júnior e a cidade de Dubai (Foto: Divulgação / Reuters).

Ambipar abre escritório em Abu Dhabi para explorar oportunidades de descarbonização e economia circular no Oriente Médio e Norte da África.

247 – A multinacional brasileira Ambipar, reconhecida por sua liderança em soluções ambientais, inaugurou nesta segunda-feira 18 seu primeiro escritório nos Emirados Árabes Unidos, em Abu Dhabi. Essa expansão tem como objetivo fortalecer a presença da empresa na região do Golfo Pérsico, de olho nas oportunidades de descarbonização e economia circular que os Emirados têm promovido com políticas ambientais ambiciosas. A abertura foi confirmada por meio de um comunicado oficial da companhia, que ressalta a importância estratégica dessa nova unidade para os planos de crescimento global da Ambipar.

“Para Ambipar é muito importante fazer parte do crescimento dos Emirados Árabes Unidos, bem como do Oriente Médio e Norte da África. Fomos muito bem recebidos pelas autoridades locais e nossos potenciais parceiros estão bem ansiosos com a nossa chegada. Temos a previsão de iniciarmos nossa primeira operação em meados de janeiro de 2025”, destaca Tercio Borlenghi Junior, presidente da Ambipar.

A entrada da Ambipar nos Emirados Árabes é um movimento estratégico que reforça a capacidade da empresa de atender à crescente demanda por soluções ambientais na região. “Enxergamos um grande potencial para a atuação da Ambipar no Oriente Médio e Norte da África em diversos segmentos para os quais somos capazes de oferecer serviços e produtos completos voltados à gestão ambiental, em especial para economia circular”, afirmou Rafael Tello, vice-presidente de Sustentabilidade da companhia.

Com essa nova base em Abu Dhabi, a Ambipar se posiciona como parceira nos esforços para ajudar os Emirados a cumprir suas metas do Plano 2050, oferecendo expertise em descarbonização e iniciativas de economia circular.

O Plano 2050 dos Emirados Árabes Unidos

O compromisso dos Emirados Árabes com a sustentabilidade é formalizado por meio do Plano Estratégico de Neutralidade de Carbono até 2050, que visa transformar a economia do país e promover um desenvolvimento mais verde. Essa iniciativa foi a primeira do tipo na região do Oriente Médio e Norte da África e reafirma a liderança dos Emirados em esforços ambientais. O Plano 2050 foi lançado com o intuito de alinhar as políticas do país aos objetivos do Acordo de Paris, buscando limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C em relação aos níveis pré-industriais.

O Plano inclui uma série de estratégias ambiciosas, como o investimento em fontes renováveis e limpas de energia. Os Emirados Árabes têm se destacado por serem a casa das maiores e mais econômicas usinas solares do mundo e por terem adotado a energia nuclear para diversificar sua matriz energética. O país também lançou o primeiro projeto de hidrogênio verde em escala industrial da região e tem investido significativamente em tecnologias de captura, utilização e armazenamento de carbono (CCUS).

Esses esforços têm um impacto direto não só na redução das emissões de gases de efeito estufa, mas também no fortalecimento da economia local, criando novas oportunidades de negócios e emprego. O governo dos Emirados prevê que as medidas de sustentabilidade impulsionarão o crescimento do PIB e melhorarão a segurança energética a longo prazo.

Investimentos em energia renovável

O Plano 2050 vai além das fronteiras dos Emirados, com o país investindo em projetos de energia renovável em mais de 70 países, incluindo o Brasil, totalizando um valor de aproximadamente US$ 16,8 bilhões. Esse apoio global reflete o compromisso dos Emirados em promover uma transição energética justa e sustentável.

A dependência de combustíveis fósseis para a geração de energia e as previsões de aumento do nível do mar, que podem impactar cerca de 35% da população até 2100, destacam a necessidade de um planejamento robusto e de soluções inovadoras. As autoridades locais têm trabalhado para mitigar esses riscos por meio da ampliação de infraestruturas verdes e da promoção de uma economia diversificada e resiliente.

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