Por Equipe de Redação
Publicado em 17 de janeiro de 2022
Em dezembro de 2015, autoridades assinaram o Acordo de Paris e se prontificaram a manter os esforços para que seja mantida a média de aumento da temperatura global abaixo de 2ºC. Mas, ao que tudo indica, as medidas não foram muito eficazes ou sequer colocadas em prática.
O sexto relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) mostrou mudanças climáticas alarmantes — algumas delas, irreversíveis. Segundo o documento, o aumento da temperatura global (em relação aos níveis pré-Revolução Industrial) pode chegar de 1,5 ºC a 2ºC já na próxima década.
O que pode parecer pouco, na verdade, traz grande impacto no planeta. Enquanto o aumento de 1,5ºC faz com que o degelo no Ártico aconteça pelo menos uma vez a cada 100 anos, apenas meio grau a mais faz com que isso ocorra a cada 10 anos. Por isso, é preciso que os cidadãos, governantes e empresários comecem a correr atrás de soluções para sanar enorme prejuízos causados pelos impactos ambientais.
Só é possível conter o aquecimento global, reduzindo os gases que provocam o efeito estufa. Para isso, os líderes precisam se comprometer com metas mais ambiciosas que do Acordo de Paris. Isso foi feito na 26ª Conferência das Partes (COP), em Glasgow (Escócia), em novembro de 2021.
Veja o que tem sido feito e o que empresas podem fazer para conter os danos do aquecimento global.
A pegada de carbono é a contribuição que cada indivíduo ou empresa faz para aumentar a emissão de gases do efeito estufa, incluindo dióxido de carbono. Para reverter, diminuir ou neutralizar esse rastro, nasceram os créditos de carbono.
O conceito de crédito de carbono surgiu com base no Protocolo de Kyoto, de 1997, em que autoridades se reuniram com o mesmo intuito de reduzir os danos do efeito estufa (o Acordo de Paris, aliás, surgiu para substituir o Protocolo).
A cada tonelada de gases não emitida na atmosfera, o país, instituição ou empresa, ganha um crédito por meio de uma certificação emitida pelo Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL).
Com isso, uma nação que conseguiu diminuir sua pegada de carbono pode comercializar seus créditos com outras que não conseguiram. É o chamado mercado de carbono por compensação ou Carbon Offset.
Existente no mundo inteiro, o mercado é uma forma de flexibilização do Protocolo, em que países desenvolvidos conseguem auxiliar nações em desenvolvimento a alcançar os objetivos estipulados.
Os créditos de carbono também podem ser obtidos em uma escala menor, por empresas comprometidas a diminuir sua pegada de carbono.
De olho nesse mercado e com o objetivo de ajudar empresas em sua gestão ambiental, a Ambipar adquiriu a Biofílica, empresa de créditos de carbono. Com isso, oferece mais uma alternativa aos clientes para seguir em desenvolvimento sustentável.
A aquisição de empresas que ofertam serviços de logística reversa também fazem parte da disponibilidade de soluções com um único atendimento completo e integrado.
Empresas que desejam embarcar em um desenvolvimento mais sustentável podem se confundir com duas expressões em alta no momento: net zero e neutralidade de carbono. Antes de tudo, é preciso entender o que cada uma significa.
A neutralidade de carbono ocorre quando uma empresa não adiciona nenhum equivalente de dióxido de carbono à atmosfera. Isso pode acontecer quando ela elimina por completo as emissões, faz uma compensação ou une essas duas iniciativas.
Já o net zero dá um pouco mais de trabalho: além de ser neutra de carbono, a empresa também deve zerar as emissões indiretas geradas por toda a cadeia de produção, o que inclui fornecedores e clientes, muitas vezes conseguidas por projetos de valorização sustentáveis que geram créditos de carbono por longos períodos.
Portanto, a neutralidade climática e o net-zero a nível das partes interessadas são semelhantes à neutralidade de carbono, mas diferem nos tipos de projetos/atividades utilizadas para compensar os restantes GEE emissões.
Liderada pela ONU, o Race to Zero é uma campanha global para reunir liderança e apoio de empresas, cidades, regiões, investidores para uma recuperação saudável, resiliente, zero carbono que previne ameaças futuras, cria empregos decentes, e impulsiona um crescimento inclusivo e sustentável, com objetivo de neutralizar as emissões de gases de efeito estufa até 2050. É o grande plano para impedir que o aumento da temperatura global chegue a 2 ºC.
Em junho, o governo de Minas Gerais assinou um acordo de adesão à Race to Zero. Segundo o governador Romeu Zema, o estado pretende neutralizar suas emissões intensificando ações de descarbonização, atraindo investimentos para negócios sustentáveis e criando empregos verdes (profissões que ajudam a diminuir a geração de carbono).
O governo de São Paulo também criou um projeto com o mesmo objetivo. No documento “Diretrizes e Ações Estratégicas – Plano de Ação Climática do Estado de São Paulo- Net Zero 2050 Versão Preliminar para Consulta Pública, julho de 2021”, o Estado afirma que um plano de ação climática que deve ser obedecido até 2050, além de outro para adaptação à crise climática. O arquivo ficou aberto para consultas e sugestões dos cidadãos até 30 de setembro.
Conhecido como Plano ABC+, o Plano Setorial de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas para a Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária, com Vistas ao Desenvolvimento Sustentável é uma iniciativa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para adotar tecnologias de produção mais sustentáveis e diminuir a emissão de gases do efeito estufa na atmosfera.
Posto em prática de 2011 a 2020, atualmente o plano entrou na sua fase 2021/2030 e também esteve aberto até o dia 30 de setembro para consulta pública e contribuições.
Implementada pela Carbon Disclosure Project (CDP), Pacto Global das Nações Unidas, WRI e WWF, a Science Based Targets (SBTi) é uma das mais importantes mobilizações para uma produção de baixo carbono. A iniciativa mobiliza empresas para que adotem metas baseadas na redução de suas emissões de gases de efeito estufa com base na ciência.
O mais interessante é que todas as ferramentas e métodos da SBTi são públicos e podem ser acessados gratuitamente por qualquer empresa pelo website.
Como visto, empresas do Brasil e do mundo inteiro estão correndo atrás para diminuir danos que possam piorar o aquecimento global. Seminários, workshops, acordos e iniciativas surgiram para transformar ideias em realidade. Entretanto, para quem ainda não tem experiência em um desenvolvimento industrial sustentável, operacionalizar pode ser o maior desafio.
Líder em gestão ambiental, a Ambipar nasceu justamente para materializar soluções sustentáveis e integradas em toda a cadeia de negócios.
Nossos analistas comerciais estão prontos para ajudar sua empresa com as melhores soluções ambientais.