Por Equipe de Redação
Publicado em 3 de março de 2022
A Ambipar acaba de assinar um acordo com a British Petroleum (BP) para criar uma joint venture no Peru que vai operar projetos de compensação de carbono.
A Ambipar deve ficar com 51% da JV por meio de sua subsidiária Biofílica, enquanto a petroleira britânica ficará com o restante, mas os termos do acordo ainda não foram finalizados.
As duas empresas também estão se comprometendo a fazer um aporte de capital “relevante” na nova JV, o CEO e cofundador da Biofílica, Plínio Ribeiro, disse ao Brazil Journal.
A JV vai participar de licitações do governo peruano para a concessão de florestas para fins de conservação. Nesse modelo de concessão não há capex inicial, mas a empresa licitante se compromete com um opex específico pela duração do contrato.
Ao gerar e vender os créditos de carbono, uma parte da receita é usada para cobrir essas despesas, parte é transferida ao Poder Público, e o restante é o lucro da empresa.
A Ambipar vai entrar com sua expertise em geração de crédito de carbono, enquanto a BP vai agregar seu know-how em concessões, seu capital, além de ter o “right of first ofer” de todos os créditos de carbono gerados nos projetos da JV.
“Com essa parceria vamos conseguir entrar com muito mais escala, com um comprador triple-A para os créditos, e com a divisão de risco compartilhada,” disse Plínio.
A escolha do Peru não foi por acaso.
O país tem a segunda maior área de floresta da América Latina, atrás apenas do Brasil, e uma legislação muito avançada para concessões de áreas públicas para fins de conservação.
A Ambipar estima que existam de 5 a 6 milhões de hectares de florestas públicas que podem ser concedidas à iniciativa privada.
Hoje, há apenas dez concessões em operação – todas nas mãos de empresas europeias – mas o Peru tem um pipeline robusto de novas concessões já no curto prazo.
“Temos todas as condições técnicas de disputar essas concessões com essas empresas e de nos tornarmos um player relevante na região,” disse o CEO.
Com a JV vai operar num modelo asset light, os recursos que as duas empresas vão injetar na JV basicamente vão financiar a estrutura da companhia, a realização dos estudos técnicos e a elaboração dos projetos para participar das licitações.
“Parece um investimento baixo, mas quando você faz esses estudos técnicos para 30-40 projetos simultaneamente, você precisa de uma estrutura grande,”disse o CEO.
A Biofílica foi cofundada por Plínio em 2007 e é uma das líders desse mercado no Brasil. A empresa foi adquirida pela Ambipar no ano passado.
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