Por Equipe de Redação
Publicado em 15 de agosto de 2024
Ambipar passará a alugar os ativos via contrato de leasing com a John Deere e Addiante e usará recursos da venda para pagar dívidas
A Ambipar começou a colocar em prática o plano anunciado em junho para desalavancar o balanço e trazer maior eficiência operacional para a empresa. A companhia acaba de anunciar uma operação de venda de 502 máquinas e equipamentos de linha amarela para o grupo CHG-Meridian (John Deere) e 1.607 caminhões para a Addiante por R$ 717 milhões. Os recursos serão usados para pagar dívida, disse João Daniel Piran de Arruda, CFO da Ambipar ao Pipeline
A Ambipar vai passar, assim, a alugar os equipamentos e veículos dessas duas empresas via leasing operacional, como parte da estratégia de renovação da frota, visando ser tornar uma companhia menos intensiva em capital para ser asset light. Em um primeiro momento, a Ambipar vai receber equipamentos e veículos novos e também parte dos que já estavam na frota, a um custo de R$ 27 milhões por mês. O contrato de aluguel terá duração de cinco anos, com renovação da frota prevista para até 24 meses. A responsabilidade pela manutenção dos equipamentos será da Ambipar. “Não é uma operação de sale and leaseback, é um contrato de aluguel”, diz Arruda.
A transação, além de reduzir a despesa financeira com a diminuição da dívida bruta, também vai diminuir o gasto com capex operacional que a empresa tinha com a compra de equipamentos na ordem de R$ 1,6 bilhão nos próximos dois a três anos.
Os recursos da venda dos ativos serão usados para pagar dívidas atreladas esses equipamentos e veículos, reduzindo a alavancagem financeira da empresa de 2,8 vezes no fim do segundo trimestre para 2,4 vezes. Com isso, a Ambipar vai conseguir antecipar o guidance dado ao mercado em junho de atingir uma alavancagem financeira de 2,5 vezes até o meio do ano que vem, afirma Arruda. Segundo ele, por ser um leasing operacional não terá impacto na dívida bruta, que encerrou junho em R$ 8,8 bilhões.
O plano agora é fazer o mesmo com a frota de veículos leves no Brasil, o que inclui, por exemplo, carros, ambulâncias e veículos de suporte, e também com os ativos de linha amarela e veículos lá fora, onde opera em mais de 40 países. “Vendemos ativos que não eram estratégicos para nossa operação”, disse Arruda. O executivo, que assumiu o cargo em agosto, já conhecia bem a empresa e participou do IPO da Response nos Estados Unidos e mais recentemente da renegociação da dívida da Ambipar, que estendeu o prazo médio do passivo para 5,7 anos com a emissão de um bond lá fora.
A companhia teve uma despesa financeira de R$ 288 milhões no segundo trimestre, que foi impacta por gastos não recorrentes , o que acabou afetando o resultado. A Ambipar fechou o segundo trimestre com prejuízo de R$ 84,6 milhões, contra R$ 23,4 milhões registrado no mesmo período do ano passado.
A companhia vai usar a receita gerada com a venda dos ativos para abater do prejuízo registrados em algumas empresas do grupo, tendo com isso um impacto tributário neutro da operação.
Arruda afirmou que a empresa encerrou o segundo trimestre próxima do breakeven e que deve ter geração de caixa positivo no segundo semestre. Segundo ele, a estratégia de renovação de frota via leasing operacional vai ajudar a reduzir a despesa com máquinas e equipamentos que estavam há muito na frota.
Apesar da alta de 410,7% das ações da empresa no ano, impulsionada pela compra dos papéis pelo fundador e pela Trustee, Arruda acredita que a companhia ainda está sendo negociada na bolsa a um múltiplo de 9 vezes a 10 vezes, abaixo dos pares lá fora que negociam a uma média de 15vezes a 17 vezes.
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