Por Equipe de Redação
Publicado em 4 de janeiro de 2024
Empresa de serviços ambientais vendeu 500 mil toneladas em 2023 e está investindo R$ 20 milhões para agregar valor ao produto. Legenda foto: Gabriel Estevam Domingos, Head de Inovação da Ambipar (foto: Caue Diniz/Divulgação).
A compra dos ativos florestais da Arauco pela Klabin (KLBN11) por US$ 1,16 bilhão no fim do ano passado vai alavancar o negócio de biofertilizantes da Ambipar (AMBP3). Parceiras há quase uma década, o que é resíduo para uma, serve de insumo para a outra.
Os 85 mil hectares de florestas adquiridos pela Klabin representam aproximadamente 31,5 milhões de toneladas de madeira em pé. Ao serem transformadas em papel e celulose, a matéria-prima vai gerar um volume significativo de resíduos que serão transformados em fertilizantes pela parceira.
No ano passado, a Ambipar aumentou em 25% sua produção de fertilizantes orgânicos, para 500 mil toneladas. A empresa não fala em uma projeção para 2024, mas reconhece que a quantidade de matéria-prima para a produção é animadora.
“Vamos surfar esse movimento do mercado. Investimos cerca de R$ 40 milhões nos últimos dez anos para construir nossas fábricas e agora estamos investindo para agregar valor ao fertilizante que produzimos”, disse Gabriel Estevam Domingos, head de inovação da Ambipar, ao IM Business.
Segundo o executivo, a companhia está investindo R$ 20 milhões na construção de uma fábrica no Paraná, que produzirá fertilizantes organominerais. A ideia é adicionar os minerais já conhecidos dos agricultores ao fertilizante orgânico desenvolvido pela companhia.
A nova unidade já está em construção. A expectativa da companhia é que ela entre em operação dentro dos próximos 12 meses, com a chegada dos últimos equipamentos e a liberação das licenças pelos órgãos reguladores.
Hoje, a Ambipar possui três unidades de produção de fertilizantes biológicos. A mais antiga, dentro da unidade da Klabin, no Paraná. As outras duas estão em São Paulo e Santa Catarina, onde a companhia tem parcerias com as americanas Sylvamo e WestRock.
Mesmo com a oferta adicional de matéria-prima que a aquisição da Klabin deve gerar, a Ambipar mira novas parcerias. Segundo Domingos, a companhia já mantém conversas com o chileno CMPC – com uma unidade no Rio Grande do Sul – e com a indonésia Bracell, com fábricas em São Paulo e Bahia.
O interesse da Ambipar no mercado de insumos agrícolas biológicos não é por acaso. Nos últimos quatro anos, as vendas do segmento cresceram 60% no Brasil, muito acima da média mundial, de 15%.
Apenas em 2023, o faturamento do setor avançou quase 50% e se aproximou de R$ 4,5 bilhões. A expectativa é que chegue a R$ 17 bilhões ao fim desta década.
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