Por Equipe de Redação
Publicado em 20 de setembro de 2021
Os valores arrecadados de sete empresas estarão disponíveis na forma de subsídios, cotas e compromissos de compra das tecnologias desenvolvidas.
PALO ALTO – Bill Gates captou mais de US$ 1 bilhão em financiamento corporativo para a Breakthrough Energy Catalyst, com a participação de Larry Fink, da BlackRock, e Satya Nadella, da Microsoft, para apoiar alguns dos projetos de energia limpa de maior demanda do mundo.
A BlackRock planeja uma doação de US$ 100 milhões ao longo de cinco anos por meio da fundação da gestora de ativos. A Microsoft e os outros investidores – General Motors, Bank of America, American Airlines, Boston Consulting Group e ArcelorMittal – fornecem uma combinação de capital próprio e os chamados “offtakes”, ou acordos de compra vinculados aos projetos.
“Não estamos fazendo isso para ganhar dinheiro”, disse Fink, CEO da BlackRock, em entrevista com Gates à Bloomberg Television. “Estamos fazendo isso para semear essas ideias, para acelerar rapidamente as ideias.”
Gates fundou a Breakthrough Energy Catalyst para acelerar a viabilidade comercial de quatro soluções-chave para a crise climática: hidrogênio verde, combustível de aviação sustentável, armazenamento de baterias de longa duração e captura de carbono do ar.
Na prática, a Catalyst fornecerá os recursos necessários para que projetos de capital intensivo decolem, antes que o financiamento de dívidas e fundos dos governos possam ser levantados para cobrir os 90% restantes do custo.
Atualmente, nenhuma dessas quatro soluções é barata o suficiente para estimular a implementação generalizada. Por exemplo, o combustível de aviação derivado de fontes mais sustentáveis, como resíduos industriais ou álcool, é cerca de cinco vezes mais caro do que o querosene.
Idealmente, ao operar em escala, os projetos da Catalyst irão provar que a tecnologia subjacente pode ser competitiva em termos de custos e eliminar o “prêmio verde” sobre os padrões convencionais.
“O modelo aqui é o que aconteceu com a eólica, a energia solar e o íon de lítio”, disse Gates. “Esses produtos tinham preços muito altos em comparação com as técnicas convencionais e, felizmente, Alemanha e Japão e outros compradores financiaram a expansão da escala, e agora esses produtos se encaixam no tipo normal de métricas de investimento dos clientes.”
A diferença agora é a velocidade. Os governos que assinaram o Acordo de Paris sobre o clima em 2015 se apressam para cumprir a meta de meados do século de alcançar o zero líquido (que significa que qualquer emissão adicional de carbono será integralmente compensada pelas emissões retiradas da atmosfera), o que requer não apenas cortes de emissões, mas também a remoção de dióxido de carbono da atmosfera terrestre.
Nove das maiores economias do mundo e muitas empresas, incluindo a BlackRock, se comprometeram a atingir esse objetivo.
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“O caminho para a energia solar e eólica foi um caminho de 30 anos para torná-lo competitivo frente aos hidrocarbonetos”, disse Fink. “Não temos 30 anos. Não temos 10 anos.”
Gates, que estimou o custo de zerar as emissões líquidas em US$ 50 trilhões, espera que seu programa se torne um modelo de cooperação público-privada para enfrentar a ameaça da mudança climática.
Lançado em junho, a Catalyst já fez parceria com a Comissão Europeia, o Banco Europeu de Investimento e o Departamento de Energia dos Estados Unidos.
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