Por Equipe de Redação
Publicado em 29 de novembro de 2023
Por Karla Spotorno, enviada especial
São Paulo, 29/11/2023 – Um site com conteúdo técnico traduzido para leigos, novidades regulatórias, material educativo sobre descarbonização e um passo a passo de implementação de negócios carbono neutro. Essa é a Plataforma Net Zero que vai ser lançada durante a 28ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP28) pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), que reúne mais de cem empresas que respondem por metade do PIB do Brasil. Até 2030, a projeção do CEBDS é que a nova plataforma alcance 50 mil empresas, entre elas as mais relevantes na emissão de gases de efeito estufa no País.
A plataforma começou a ser planejada no ano passado durante a COP27. De lá para cá, uma versão preliminar foi lançada e passou a ser testada por associados ao CEBDS, como Itaú, Ambipar e Yara. A partir do lançamento oficial, qualquer pessoa terá acesso gratuito ao conteúdo sem precisar ser associado ao conselho. “Na plataforma, digerimos o conhecimento técnico. Nosso papel é ouvir as empresas e estimular a vanguarda do setor empresarial”, disse ao Broadcast a diretora de Clima, Energia e Finanças Sustentáveis do CEBDS, Viviane Romeiro. Para ela, adquirir capacidade técnica no tema da descarbonização é uma forma, inclusive, de as empresas se resguardarem de potenciais litígios judiciais por greenwashing (expressão em inglês para uso ou abordagem indevida que exponham uma empresa como sustentável quando ela não é).
A diretora do CEBDS afirma que o conselho definiu três grandes eixos para tratar do tema da descarbonização junto às companhias brasileiras através da Plataforma. O primeiro é acelerar a capacitação técnica das organizações. O segundo, estimular as ações coletivas e colaborativas entre as empresas dentro das suas cadeias de valor a fim de “derrubar as barreiras que são comuns a todos”. E um terceiro eixo é participar do debate e impulsionar as políticas públicas. “Nossa ideia não é constranger, mas contribuir para a implementação das metas”, disse Romeiro. Ela conta que a plataforma, desenvolvida em parceria com o World Business Council for Sustainable Development (WBCSD), oferece um guia passo a passo para as empresas que planejam iniciar uma jornada de descarbonização.
A diretora do CEBDS conta que dentro da plataforma foram criados alguns hubs de conhecimento. Um deles é sobre política pública para o clima, dentro do qual está toda a discussão sobre mercado regulado de carbono – como o projeto de lei aprovado no Senado Federal e que tramita, atualmente, na Câmara dos Deputados.
“E estamos começando a trazer a discussão sobre a taxonomia sustentável”, disse Romeiro, citando o tema que trata das definições de conceitos importantes como “governança climática” e também de palavras, acrônimos do universo das mudanças do clima. O tema é caro para o governo brasileiro. Entre setembro e outubro o governo Lula realizou uma consulta pública sobre o Plano de Ação da Taxonomia Sustentável Brasileira. Foram mais de 600 contribuições na plataforma ‘Participa Mais, Brasil’ e mais de 40 documentos enviados por associações, empresas e ONGs com apontamentos sobre assunto.
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