Por Equipe de Redação
Publicado em 17 de agosto de 2021
Aos 41 anos, a top model Gisele Bündchen faz o estilo “slow fashion”, uma maneira de se opor ao “fast fashion”, a moda rápida que impele ao consumo de novas peças a cada estação do ano. Ativista do meio ambiente, a modelo percebeu que a moda está longe de ser um negócio sustentável.
A maioria das roupas é feita de poliéster, um material que demora 200 anos para se decompor e solta micropartículas de plástico quando lavado.
“Sempre fui uma pessoa muito básica quando o assunto é moda! Na minha vida pessoal, gosto de ter peças-chave, confortáveis e de qualidade, que durem. Nunca fui uma daquelas pessoas que sente a necessidade de atualizar seu guarda-roupa a cada nova temporada”, disse a modelo internacional à Folha, em entrevista por e-mail.
“Na verdade, minhas peças favoritas e a maior parte do que está no meu armário têm mais de dez anos”.
No final de julho, Gisele se tornou acionista e embaixadora da Ambipar, especialista em gestão resíduos. Casada com o jogador de futebol americano Tom Brady, a modelo mora nos Estados Unidos, um dos mercados-chave para a companhia, e já criticou a política ambiental do governo Jair Bolsonaro.
Recentemente, ela se tornou embaixadora da marca Ekos, da Natura, e do banco digital C6.
Questionada sobre o que a levou a se tornar sócia de uma empresa de gestão ambiental, Gisele diz ser cada vez mais seletiva com as empresas com as quais se envolve.
“A grande maioria das empresas não tem muito a apresentar no aspecto sustentabilidade, outras estão apenas fazendo o básico, mas há aquelas que já estão comprometidas com a transformação e outras estão à frente, como a Ambipar e a Natura”, diz ela.
“Mas não descarto trabalhar com aquelas que estão se empenhando para encontrar alternativas que minimizem seus impactos, e se eu puder contribuir de alguma forma, por que não?”, diz a modelo, reforçando que há anos seu foco nos investimentos tem sido negócios que geram impacto positivo para as pessoas e o planeta –mesmo que não sejam as opções mais lucrativas.
“É algo em que eu sempre acreditei e vejo que agora o mundo está mais atento a necessidade e importância disso”, afirma.
Sobre a indústria que lhe deu visibilidade mundial, Gisele afirma que a moda precisa se repensar, em busca de novos processos e alternativas mais sustentáveis. “Mas isso não é um processo fácil e rápido, pois requer muito investimento e pesquisa”, afirma.
Na sua opinião, todo o ciclo da moda deve ser considerado: desde as matérias-primas, processo de fabricação (incluindo tingimento e lavagem) e o futuro descarte das peças após o uso.
“É um grande desafio, mas este movimento de transformação já está acontecendo”, diz. “No entanto, só vai ganhar mais velocidade quando se tornar uma prioridade para os consumidores”.
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